Eu tenho medo do Google!

Durante as duas semanas em que estive ausente da Internet, o Google aprontou mais uma das suas e lançou o Google Moon, que apresenta imagens da superfície de nosso satélite. Diferente do Google Maps, que apresenta imagens via satélite, em tempo real, de localidades diversas do mundo, a versão lunar é composta de imagens cedidas pela Nasa, em homenagem à primeira visita do homem à Lua, em 20 de julho de 1969. Não há muito o que se ver mesmo, além das marcações onde as naves Apollo pousaram. Por outro lado, se o Google Maps já assustou na época de seu lançamento, por sua capacidade de mostrar sua própria casa do alto (havia quem dissesse que ele era capaz de encontrar até a mítica Área 51), imagine então como as pessoas estão reagindo ao Google Earth, com um “poder de fogo” muito maior?
A Wired já proclamou que este mundo é do Google, e nós apenas vivemos nele. E o mundo parece gostar disso, pois ninguém reclama do domínio que a marca vem exercendo sobre os internautas, que parecem amar cada vez mais a ferramenta de busca. Tomando o Google Earth como exemplo, é claro que existem aqueles que reclamam da possível (inevitável?) falta de privacidade que o software propicia, afinal, com ele o internauta com acesso banda larga é virtualmente capaz de observar qualquer lugar do mundo com riqueza de detalhes, mas a maioria acha isso fantástico!
Só que nem tudo são flores no Mundo Google. A matéria da Folha Online que começa falando sobre a demissão do engenheiro de tecnologia Mark Jen da empresa um mês após ter sido contratado por ter iniciado um blog sobre “a vida dentro do Google” mostra bem a sua faceta corporativa, tão rígida e cheia de segredos quanto qualquer mega-marca mundial.
Eu tenho medo do Google por sua inteligência. Outras mega-marcas como Coca-Cola, McDonnalds e Microsoft entre outras tentam conquistar o planeta através da concorrência agressiva e acabam encontrando barreiras como a aversão de uma porcentagem significativa do público-alvo exatamente por causa disso e as campanhas igualmente agressivas de seus concorrentes. Nadando contra essa maré, a ferramenta de busca veio comendo pelas beiradas, mostrando como eles são legais e eficientes e podem e querem melhorar o mundo. Com isso, todos estão tão apaixonados que dizem sem medo que “se o Google dominar o mundo, eu vou adorar.” Parabéns, Google, você conseguiu, com sorriso e simpatia, aquilo que os grandes conquistadores levaram muito mais tempo que você, às custas de muitas batalhas e cicatrizes. Concordando ou não com sua blitzkreig empática, isso deve ser admirado.